domingo, 24 de outubro de 2010

Roraima Espetacular apresenta: Eleições 2010

            Roraima: 395.725 habitantes, Boa Vista, sua capital, 266.901. É possível observar os ânimos se exaltarem nesse diminuto estado quando a bendita época das eleições se aproxima. Carros adesivados e jingles sem noção começam a circular. É possível presenciar umas das disputas mais infelizes que já se viu nesse lugar. Temos dois candidatos ao governo que representam basicamente nada no quesito crescimento do estado. De quem é a culpa? Do povo! A culpa é minha, a culpa é nossa!
            Ao som de “Pula, pula pro lado de cá” um dos concorrentes incita os eleitores a deixarem o apoio ao atual governo e se dirigir a ele quando, na verdade, quer dizer: “Venha para cá que lhe concederei mais favores”. E o que dizer do concorrente a reeleição? “Iremos fomentar a estrutura da saúde e educação do estado”. Quem o senhor espera que lhe entenda com esse vocabulário esdrúxulo que camufla propostas mal formuladas? Governador, seus amigos entenderão a mensagem, não seus eleitores em massa. As propostas do rival, fatídicas ou não, são mais concretas.
            A iminente derrota de certo candidato entoada por uma criança no centro de Boa Vista que dizia “ 45 vai perder.” é mais do que a derrota desse “45” no pleito. É a derrota moral do estado de Roraima. Na falta de um candidato com um plano de gestão organizado, votamos no concorrente do Maluf a campeão de processos.
            Mas nada disso importa para o povo roraimense, a corrupção descarada não está só presente no Governo, ela habita a Assembleia, Câmara, Senado e sabe lá mais onde. E ainda sim, alimenta-se isso. A política nesse estado é uma ilusão, você não quer o melhor para o povo, você quer o melhor para si. Você não precisa estar na engrenagens dessa falcatrua, dessa peça de teatro, para perceber que a grande maioria dos políticos é igual. Nessas eleições apoiam um, na próxima outro, alguns nem esperam o fim do primeiro turno e já “pulam de lado”.
            Ao assistir a política local, é melhor preparar sua pipoca e refrigerante, estará se deparando com um entretenimento mais chamativo que muitas novelas globais. É o que todos já sabem: um verdadeiro jogo de interesses. Interesse deles, não é?
            Enfim, parabéns para você que briga e defende os interesses pessoais, seja de seus pais, tios, avós ou quem quer que seja. A maioria só quer sugar o dinheiro público que, ao invés de ir para o interior do estado, vai para os bolsos dos filhos da mamata política desse estado.
            Seja Neudo, seja Anchieta, não se sabe ao certo quem é pior. Bom, há quem saiba qual o melhor para si.
            A lona está levantada e casas e carros enfeitados. Os jornais, que deveriam ter excelência em informar, comprados. Seus votos vendidos, favores trocados. Só falta o espetáculo começar. E você, de que lado está?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Badalar das 11

Eram 11 horas, e os raios solares já invadiam o meu quarto cuidadosamente arrumado. Eu já estava atrasada, para variar, e ainda tinha que passar no posto e comprar uns cigarros, sem estes eu não sei viver. Engatinhei quase cega pelo quarto à procura da minha toalha e escova de dente. As achei no mesmo lugar. Após meu ritual da matinal, consegui localizar tudo o que precisava para ir ao trabalho. Desci as escadas e cumprimentei o porteiro do meu prédio, um pobre coitado sem nome. Quando cheguei até a garagem descobri que havia esquecido a chave do carro. Voltei para o apartamento, espalhei todo o conteúdo da minha bolsa pela sala e também no quarto, deitei-me na cama e fechei os olhos. Pausadamente os abri, comecei meu processo matinal de novo. Dessa vez pegando as chaves.

Minha barriga já roncava quando consegui atingir a portaria do prédio novamente, estava quase na hora do meu café-da-manhã.

Ao dirigir pelas ruas movimentadas, posso observar a população dessa cidade movendo-se como uma grande massa em direção aos seus respectivos alvos. Existe algo engraçado que observo com frequência: a burrice tremenda das pessoas. Como é possível que alguém se deixe ser assaltado nas ruas dessa cidade? Sei que estou protegida pelos vidros do meu carro, mas sempre coloco o volume do rádio nas alturas para qualquer eventualidade. Penso que se alguém tentar um roubo, eu poderia fingir não estar ouvindo o meliante no momento da abordagem.

Quando cheguei ao posto, quase tive minha blusa rasgada ou não perceber que a maldita peça de roupa havia ficado presa na porta do meu celta. Entrei na lojinha de conveniência, o ambiente estava agradável, peguei uns chocolates me dirigir ao caixa.

−Quero 11 carteiras de Derby Prata.

O caixa pareceu espantado. Fiquei irritada, pois fumantes não são seres de outro planeta. Mas o motivo da surpresa era o que estava passando no noticiário da TV. Parecia que algum idiota havia batido em uma torre em Nova York. A princípio, eu não entendi o motivo do escândalo se havia uma idêntica a ela bem ao lado. Bom, logo depois outro avião acertou a torre vizinha, então eu compreendi que eles poderiam ficar chateados: Agora eles haviam perdido dois aviões e não um. Isso provavelmente geraria uma crise nos aeroportos americanos.

Enfim, reclamei a atenção do caixa novamente. Queria pagar os cigarros e sair do local. Foi no momento da retirada da carteira que senti uma sensação gélida em minhas costas. Uma voz rouca sussurrou em meu ouvido que eu lhe entregasse a bolsa. Após obedecer ao assaltante, fui arremessada para o lado junto aos outros reféns.

De repente, houve um estalo, mas não foi de alguma bala perdida. Minha mente culminou em uma ideia divina. E eu logo estaria nos noticiários. Eu seria a heroína do dia, e não alguém tresloucado que não presta atenção na rota e acerta prédios em pleno centro da cidade.

Arrastei-me entre as prateleiras e peguei uma garrafa da boa e velha Bohemia. Corri para cima do assaltante, mas antes que eu pudesse agir de outra forma, senti um respingar engraçado no meu rosto. Eu só ia oferecer-lhe uma cerveja. Ele também me ofereceu algo: a morte. Sou a notícia da semana, só que na página do obituário. Infelizmente não consegui concorrer com os energúmenos pilotos na América.

Malditos aviões e seus condutores irresponsáveis, agora estão até dizendo que foi de propósito. Veja se pode algo assim? Isso sim foi uma bela de uma burrada, se nada desse “atentado” que estão dizendo por aí houvesse ocorrido, eu haveria saído da loja mais cedo e não sentiria o respingar engraçado. Se não fosse por isso eu provavelmente viveria por mais de 93 anos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

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Olá pessoal, resolvi postar esse jogo pois acho ele bem desafiante. Quem for resolvendo deixa um comentário aqui dizendo qual a pontuação. No final vocês terão uma surpresa. Beijos

sábado, 22 de maio de 2010

Quando Moramos Sozinhos

Acredito que um dia, todos nós passaremos por um processo interessante chamado emancipação. Sim, a beleza da liberdade poderá ser sentida completamente por grande parte de nós. Mas não pensem que tudo será como num conto de fadas, para falar a verdade, muitos podem nem gostar. Acontece que se você estiver mal acostumado se verá em maus lençóis. Quando seus pais não estiverem lá para brigar com o motorista do ônibus por ele não ter lhe esperado, para levarem seu relatório de física para a faculdade quando você tiver esquecido mesmo você tendo passado a noite inteira o preparando. Acontece quando sua mãe não vai mais lhe buscar na porta do colégio, fazer seu almoço, ajudar a lavar a louça, você se sentirá sozinho. Se você for um indeciso da vida, então se sentirá pior. Além de tudo, seria bom ter alguém da família para contar os seus dias de cão, principalmente se sai de uma cidade com 250.000 habitantes para uma com mais de um milhão.
Acontece que nós percebemos a vida como ela é. Dias bons virão, mas também passaremos por dias ruins. Quando nós pegarmos chuva, quando os carros passarem por uma poça perto de você, quando o ônibus quebrar com você dentro, quando você não conhecer ninguém, quando você se sentir preconceituoso por causa do receio de ser assaltado (de novo)... Não se sinta sozinho, pois mesmo existindo pessoas que não estão nem aí para você, ainda existem almas caridosas prontas para te ajudar, para te acompanhar, conversar, te dar força, ou até dar uma boa surra no cara que acabou de te assaltar!
Não pensem que viver sozinho é tudo de ruim. Todas as provações que passamos servem para o nosso crescimento pessoal, a verdadeira experiência adulta. Algumas vezes chego até a achar engraçado os milhares de fatos inusitados que me ocorrem diariamente.
Pensem comigo, como é possível uma pessoa ser testemunha de tantos acidentes de ônibus como eu? Como na vez que o motorista do meu GOL (Grande Ônibus Lotado) se enfureceu com o motorista do outro GOL da frente e se jogou contra o outro, quebrando as janelas e retrovisores de ambos. Ou quando o pneu dele fura no meio do trajeto, ou até quando um ser consegue jogar seu próprio carro contra o ônibus, causando um engarrafamento tão grande ao ponto dos carros e até caminhões (acreditem...) passarem por cima do meio fio. Não podendo deixar de mencionar os comentários e berros que as outras testemunhas não perdiam a oportunidade de fazer.
Enfim, encaro esta fase como um processo de maturação para vida, que agora parece acabar de começar de verdade. Para os que estão vivendo este momento, bem vindos ao clube. Para os que ainda aguardam boa sorte, mas vocês irão adorar. Todos terão que encarar isso, por que, simplesmente, acontece...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cidade Maravilhosa

Ao chegar neste lugar
me enalteço da tua beleza
tuas ruas levam-me brincalhonas
e teus viadutos fazem-me majestade

Tuas árvores são os prédios
Tua fauna somos nós
Cada macaco no seu galho
De mais adiantaria um galho só...

O teu céu é peculiar,
como o daqui jamais verá.
Acoberta-nos das estrelas, a bendita nuvem negra.

Cada um a compõe, seja até com o seu ar.
Que beleza é sentir o odor do maquinar.

Os zumbidos não são insetos
As folhas já estão impressas
Tuas flores são os afetos
Salve! Salve! A Cidade de Concreto!